Notícia da agência epbr sobre os próximos dois leilões (A-4 e A-5) de eletricidade que acontecem no Brasil apontam que eles estão sendo dirigidos para a compra de energia de térmicas fósseis. De forma surpreendente, o destaque é para as térmicas que queimam carvão.
Foram cadastrados 87 projetos, totalizando 36 GW no primeiro leilão (A-4) e 43 GW no segundo (A-5). No sul do país, são 12 projetos de térmicas a carvão no sul.
O ministério de minas e energia publicou uma portaria especial para estes dois leilões, criando uma classe nova de geração de eletricidade, a de “Produto Disponibilidade Termelétrica”; o termo sugere a seleção de térmicas fósseis aptas a gerar sob demanda.
Sobre a urgente transição energética, o ministro da infraestrutura, Bento Albuquerque, apontou caminhos nada bons para o país: “o setor de nuclear tem um importante papel a cumprir para a transição energética e seguirá sendo uma prioridade no Brasil.” E Albuquerque piorou ainda mais as expectativas: “o futuro é bio, é petróleo, é gás, é nuclear, é vento e solar, é carvão. É diversificação”.
A posição do governo federal vai na contramão do caminho que precisa ser tomado. Diante de um quadro gravíssimo de mudanças climáticas e com suas consequências sendo vivenciadas pela população dia após dia, o Brasil deveria ser responsável com o futuro e investir em energias renováveis. Mas faz o contrário.