Redução de uso do carvão derruba emissão de CO2 no Reino Unido. E o Brasil?

Em dos mais graves momentos da crise climática no mundo, a redução da emissão de CO2 é cada vez mais debatida. Há quem tente criar a falsa dicotomia entre a defesa do meio ambiente e o desenvolvimento. A frágil argumentação cai por terra quando são analisados dados da emissão de CO2 do Reino Unido nas últimas décadas. A queda, de acordo com a análise do Carbon Brief, é de 29% nos últimos dez anos. Já a economia cresceu economia um quinto.

A redução de 29% no uso de carvão em 2019 foi a força motriz por trás do declínio nas emissões do Reino Unido. O mesmo ocorreu na última década: as emissões de carbono do carvão caíram 80% na última década.

A maior parte da redução no uso de carvão em 2019 ocorreu no setor de energia, responsável por 93% da queda geral na demanda por combustível em 2019. O restante foi da indústria.

A geração de carvão caiu quase 60% e representou apenas 2% da eletricidade do Reino Unido no ano passado – menos que a energia solar. Ou seja, o carvão é cada vez mais uma energia do passado.

Cerca de 54% da geração de eletricidade no Reino Unido é gerada a partir de fontes de baixo carbono, incluindo 37% de fontes renováveis ​​e 20% somente de energia eólica. Ou seja, o carvão é cada vez mais uma energia do passado.

Sem carvão os países param?

Em 2019, o Reino Unido ficou sem energia a carvão por 83 dias, incluindo um período recorde de 18 dias em maio. Ou seja, pode-se gerar energia sem parar a economia.

Quase todas as usinas de carvão remanescentes do Reino Unido anunciaram planos para fechar nos próximos 12 meses, deixando apenas três operando antes do prazo do governo de 2024.

Europa diz não ao carvão e América Latina diz sim

Enquanto Reino Unido e Alemanha, por exemplo, já têm data para o fim da exploração do carvão mineral, a América Latina, o Brasil e mais destacadamente o Rio Grande do Sul (Mina Guaíba) querem explorar o combustível fóssil. A decisão e a vontade dos líderes latino-americanos contraria a lógica da emergência climática, da urgente transição energética e do respeito as direitos humanos.

Minas de carvão são responsáveis por mortes em todo o mundo, direta e indiretamente. As minas geram poluição, agravam a crise climática, provocam doenças graves em milhões de inocentes e só se sustentam com recursos públicos (subsídios). Será que esse recurso público não geraria melhores resultados para a sociedade, a economia e o meio ambiente se fossem aplicados de outra forma, como na geração de energia renovável? A resposta é fácil demais e não precisa pensar para responder. Resta saber o que está por trás das decisões que insistem no carvão que, segundo professor e pesquisador Dr. Rualdo Menegat “é um lixão químico“.

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