Quando os países industrializados estão procurando fontes alternativas para produção de energia, o Rio Grande do Sul, na contramão da história, insiste com a implantação de um Polo Carboquímico nas cercanias de Porto Alegre, gerando poluição que deverá afetar as próximas gerações de gaúchos.
Estudos realizados durante décadas demonstram que este mineral existente no Estado apresenta alto teor de cinzas e não possui as características necessárias ao coque siderúrgico, bem como a geração de resíduos de difícil aproveitamento industrial.
Causa estranheza, também, que o projeto proposto para o Rio Grande do Sul se baseia em tecnologia chinesa, país naturalmente voltado para produção de combustíveis alternativos, abandonando as fontes fósseis, como carvão e petróleo.
Além da China, Estados Unidos e Alemanha estão se afastando da produção de veículos geradores de resíduos para atender os índices suportáveis de poluição aérea. Diante de todo esse quadro de mudanças na indústria mundial, seria conveniente que o Rio Grande do Sul revesse suas perspectivas com relação ao aproveitamento do nosso carvão, cujo baixo poder calorífico representa, também, risco da necessidade de substanciais investimentos para propiciar escala econômica ao aproveitamento desse mineral.
CARVÃO AQUI NÃO
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Ideia básica seria a implantação de usina de gaseificação, em acordo a ser firmado com os chineses, tendo em vista a similitude de nosso mineral como o daquele país, preexistente em determinadas províncias minerais do vasto território chinês, sob o argumento de que a República Popular da China possui uma cadeia produtiva bem estruturada, transferindo experiências para o que se pretende denominar complexo industrial carboquímico do Rio Grande do Sul. É preciso questionar, no entanto, se os prováveis benefícios de um conjunto industrial tendo por base nosso carvão mineral serão maiores do que a poluição a ser causada em áreas populacionais no entorno de Porto Alegre.
Pelo que se percebe os chineses estão querendo se livrar de tecnologias que serão abandonadas a curto e médio prazos, tendo em vista a utilização de novas alternativas de produção a partir de fontes limpas de produção de energia. E, assim, repassam para os brasileiros, seus equipamentos em parcerias questionáveis sob o ponto de vista da eficiência e ganhos econômicos.
Artigo publicado no Jornal do Comércio, por Demétrio de Moura Lima, empresário